Fabio Brazza
História de Cinema
História de cinema, pegada hollywoodiana
Uma comédia com drama, pro hall da calçada da fama
Nem Jorge amado imaginaria essa trama
Até a cigana se engana, né não?
Ao som de Farside, de pique Bonnie and Clyde
Nem plebeia nem plebeu, Romeu ou Julieta
Era eu de jaqueta e camisa formal
Era ela de bombeta e um decote sensual
Ela toda de preta e eu de roupa clara
Eu careta e ela já tinha enchido a cara
Umas quatro se pah, a saideira
Acho que sábado, mas ela jura que era sexta feira
Um olhar, um lampejo, um cortejo com cautela
Um desejo, um ensejo e um beijo na boca dela
Uma brecha, uma flecha, um desfecho de novela
A porta fecha, aham, só eu e ela


Eu e ela, história de novela, difícil de explicar
Eu e ela, no quarto a luz de vela, deixa eu te amar
Eu e ela, abre a janela, noite de luar
Eu e ela, olha onde foi parar


Eu tava na dela, mas logo notei
Que a gente não era assim, como imaginei
Eu todo certinho, ela toda sacana
Eu são paulino roxo e ela corintiana
Ela curtia o Big, o Bob e o Jimmy
Eu gostava do Chico, do Criolo e do Caymmi
Ela era do agita Baile, eu de Gil e Caetano
Eu queria ser Pasquale, ela falava que nem mano
A mesma idade só que outro caminho
Eu fazia faculdade ela ainda tava no cursinho
Eu queria descansar ela queria ir pra balada
Eu dormia cedinho e ela só de madrugada
Próxima cena claquete, sai da minha frente some
Bateu a porta e me xingou de tudo quanto é nome
Chegou até jurar que era o fim
Pera lá, mas eu e ela não pode acabar assim


Eu e ela, chutou minha canela, quebrou meu celular
Eu e ela, bateu panela, e me mandou vazar
Eu e ela, olha onde foi parar, eu e ela


Dois anos depois após o término de tudo
Lá estava ela naquele mesmo lugar
Tão bela como sempre, sempre como ela só
Ela e eu, eu e ela não podia ser melhor
Ó, sabe quando o tempo para e o coração dispara
E você fica mudo
Ai cê pensa, que mesmo as diferenças sendo imensas
Se há amor não há quem vença pois ele compensa tudo
Agora estamos sós, agora somos nós
Queimando em fogo baixo, debaixo dos lençóis
Minha boca em ti passeia, o coração borbulha
Na cama incendeia chega até sair fagulha
Na agulha, Cassiano faz a trilha sonora
Agora minha mãe te chama de nora
Nosso amor impressiona mais que quadros de Portinari
Eu e ela, ela e eu até que a morte nos separe


Eu e ela, minha Cinderela, aquela que me faz sonhar
Eu e ela, um pedaço da minha costela, o meu perfeito par
Eu e ela, na capela, indo pro altar
Eu e ela, olha onde foi parar