[Verso 1]
Minhas unhas e cabelos
Me lembram frequentemente
Que por mais que sejam belos
Os retratos que tiram da gente
Jamais poderemos sê-los
Revivê-los exatamente
Que sempre teremos mais pelos
Ou as unhas cortadas mais rentes
[Verso 2]
Cabelos e unhas crescendo
Lembram que de nada adianta
Fugir de estar sempre sendo
Prédio em estado de planta
Projetando-se de um centro
Como quem se agiganta
Ou podando-se para dentro
Como quem em si se espanta
[Verso 3]
Cabelos e unhas, parece
Eu li num lugar qualquer
Que tenazes ainda crescem
Depois que a gente não estiver
Pode não significar nada
Mas encanta a quem supunha
Que não há forma acabada
Pra quem tem cabelos e unhas