Conversei com Oxum na beira do tejo, depois dobrei as esquinas e te encontrei, ali, parado, com um copo na mão e a cabeça na lua
Os olhares que se cruzam, se reconhecem, meio aos encontros de caminhos tão distintos que vão se cruzando em descompasso
Não sei se ficamos alguns segundos em silêncio, ou se foi o tempo que parou
Você olha fundo nos meus olhos e eu mergulho por inteira nos seus, mas, quando ao meu lado parece que você trava, não se sente capaz
E eu que não controlo nem os fios brancos que nascem na minha cabeça, nem a minha pressão arterial, queria controlar o tempo e o espaço, você aqui, agora
O sol das oito e meia da noite ainda queima em Lisboa, e eu nem me lembro mais com o que eu preenchia meus pensamentos antes de te conhecer