Amália Rodrigues
Fado Português
[Letra de "Fado Português"]
[Estrofe 1]
O Fado nasceu um dia
Quando o vento mal bulia
E o céu o mar prolongava
Na amurada dum veleiro
No peito dum marinheiro
Que, estando triste, cantava
Que, estando triste... cantava
[Refrão 1]
Ai, que lindeza tamanha
Meu chão, meu monte, meu vale
De folhas, flores, frutas de oiro
Vê se vês terras de Espanha
Areias de Portugal
Olhar ceguinho de choro
[Estrofe 2]
Na boca dum marinheiro
Do frágil barco veleiro
Morrendo a canção magoada
Diz o pungir dos desejos
Do lábio a queimar de beijos
Que beija o ar e mais nada
Que beija o ar... e mais nada
[Refrão 2]
Mãe, adeus, adeus, Maria
Guarda bem no teu sentido
Que aqui te faço uma jura:
Que ou te levo à sacristia
Ou foi Deus que foi servido
Dar-me no mar sepultura
[Estrofe 3]
Ora eis que embora outro dia
Quando o vento nem bulia
E o céu o mar prolongava
À proa doutro veleiro
Velava outro marinheiro
Que, estando triste, cantava
Que, estando triste, cantava
[Refrão 1]
Ai, que lindeza tamanha
Meu chão, meu monte, meu vale
De folhas, flores, frutas de oiro
Vê se vês terras de Espanha
Areias de Portugal
Olhar ceguinho de choro