Amália Rodrigues
Aves Agoirentas
Eram aves agoirentas
Quase arrasaram em chão!
Nunca dizendo que sim
Dizendo sempre que não!
Mas não tenho o mal em mim
Que importa a voz da razão?
E vou sempre ter contigo
Por mais que digam que não!
Os presságios do destino
Ao pé de ti, nada são!
Rendição sem condições
Eis a minha rendição!
Mais febris e mais violentas
São as horas da paixão!
Quanto maiores as tormentas
Que andarem no coração!
Nos teus olhos, há clarões
Da luz que os desejos dão
E das aves agoirentas
Ficam penas pelo chão!