Amália Rodrigues
É de Lisboa
Cidade assim tão bonita
Não há no mundo, eu aposto
A ninguém com isto iludo
Pois tem lá tudo do que eu mais gosto
Na viela mais antiga
Ou numa rua qualquer
Os versos duma cantiga são
Quantas vezes o pão que a gente quer
É de Lisboa
A sé já tão velhinha
Onde o povo alfacinha
Reza por ela
É de Lisboa
A tela de mil cores
Pintada com as flores
Que tem cada janela
É de Lisboa
O pregão da varina
Que ao virar duma esquina
Alegre soa
E é verdade
Que salta tanto à vista
A saudade fadista
Também é de Lisboa
Num arraial popular
Ao som do vulgar harmónio
Quem não gosta de bailar
Sempre que chega o Santo António
A saltar uma fogueira
Na noite de São João
Fui sozinha, mas voltámos dois
Porque queimei depois meu coração
É de Lisboa
A sé já tão velhinha
Onde o povo alfacinha
Reza por ela
É de Lisboa
A tela de mil cores
Pintada com as flores
Que tem cada janela
É de Lisboa
O pregão da varina
Que ao virar duma esquina
Alegre soa
E é verdade
Que salta tanto à vista
A saudade fadista
Também é de Lisboa
É de Lisboa
O pregão da varina
Que ao virar duma esquina
Alegre soa
E é verdade
Que salta tanto à vista
A saudade fadista
Também é de Lisboa