Amália Rodrigues
Asa de Vento
Sou charneca, sou monte
Brisa a correr ligeira
Sou água fresca a correr na fonte
Sou rosa da roseira
Sou o cheiro das flores
Fé do meu pensamento
Filha d'amores, irmã das dores
Sou mãe do sofrimento
Tenho no peito um pássaro encarnado
Que anda sem jeito, a mim amarrado
Tenho no peito um pássaro encarnado
Que anda sem jeito, a mim amarrado
Sou charneca, sou monte
Sou noite enluarada
Flor de alecrim, ramo de jasmim
Sou papoila encarnada
Sou flor de primavera
Sou sonho de verão
Planície aberta, praia deserta
Que espera a tua mão
Coração fruto que é maduro e verde
Meu choro enxuto, dor que se não perde
Coração fruto que é maduro e verde
Meu choro enxuto, dor que se não perde
Sou charneca, sou monte
Sou manhã perfumada
Planície aberta, praia deserta
Sou ilha abandonada
Sou charneca, sou monte
Verde fruta colhida
Erva cidreira, mansa oliveira
Sou lágrima perdida
Asa de vento, inimiga da sorte
Roseira brava, não há quem me corte
Asa de vento, inimiga da sorte
Roseira brava, não há quem me corte
Asa de vento, inimiga da sorte
Roseira brava, não há quem me corte
Asa de vento, inimiga da sorte
Roseira brava, não há quem me corte