[Intro: Ary dos Santos]
Podia ter um picadinho
[Verso 1: Ary dos Santos]
Há que dizer-se das coisas
O somenos que elas são
Se for um copo é um copo
Se for um cão é um cão
Mas quando o copo se parte
E quando o cão faz ão ão?
Então o copo é um caco
E um cão não passa dum cão
[Verso 2: Ary dos Santos]
Quatro cacos são um copo
Quatro latidos um cão
Mas se forem de vidraça
E logo foram janela?
Mas se forem de pirraça
E logo forem cadela?
E se o copo for rachado?
E se o cão não tiver dono?
Não é um copo é um gato
Não é um cão é um chato
Que nos interrompe o sono
[Verso 3: Ary dos Santos]
E se o chato não for chato
E apenas cão sem coleira?
E se o copo for de sopa?
Não é um copo é um prato
Não é um cão é literato
Que anda sem eira nem beira
E não ganha para a roupa
[Verso 4: Ary dos Santos]
E se o prato for de merda
E o literato de esquerda?
Parte-se o prato que é caco
Mata-se o vate que é cão
E escreveremos então
Parte prato sape gato
Vai-te vate foge cão
Assim se chamam as coisas
Pelos nomes que elas são
Enganei-me mas está bem