Alcool Club
Atalhos
[Letra de "Atalhos"]

[Verso 1: Montana]
Enquanto uns morrem para a vida
Outros vivem na memória
Mas são factos
Dos ratos não reza a história
Tudo podia ser diferente
Será que se pudesse eu mudava?
Se eu tivesse ido mais à igreja do que à esquadra
Para quê fazer planos? No fim tudo falha
A vida é feita de escolhas
Ya mas com o que calha
Queres sair da pobreza?
Assim é complicado
Se o teu telefone for mais caro que o teu ordenado
Exibes a riqueza, fantasia, felicidade, ficção
Quem 'tá bem com a vida não precisa de atenção
Hospital, urgência, coração na mão
Ele 'tá bem, mais um comprimido para a depressão
Toma, futuro ensina, com tanta ironia
A melhor coisa que eu tenho era aquela que eu nem queria
Hoje é por ti que eu morro ou mato
Com as mãos, uma arma nem que tenha de fugir
Deixar crescer o cabelo e a barba
Agora sou assombrado com as más escolhas que eu fiz
E hoje sei que não há atalhos no caminho para ser feliz
[Verso 2: Praso]
Não sou do tipo que se transforma
Não me encaixei na norma
Não sei se existe karma
Talvez precisa de reforma
Ou uma nova fórmula, diferente e de borla
Com razão e a horas
Até lá
Não percebo porque é que demora
Se todos morremos um dia
E bem pago, toda a gente se vendia
Assina o contrato e decora a melodia
Agora só tens de repeti-la para o resto da estadia
Mais um cordeiro na matilha
Ao menos haja alegria
Já te sorri quem não te conhecia
Famoso no bairro
Fizeram de ti notícia
Ao menos era o que parecia
A vida é feita de escolhas
E é com o que calha
E a hipótese queima rápido
Se lhe deres a pior mortalha

[Verso 3: Sanguibom]
Não é barras, o que eu trago é um fardo do meu stock
És barrado e colocado naquele pote
Simplesmente só fazes bluff
Porque ninguém da tua back deu-te o toque
Acelero, dou-te o corte
E corto pela raiz
Brindes à família, nunca metas o nariz
Cheira bem, corre bem, correria noite e dia
Sabe bem quando tens amigos em demasia
Tudo bem, 'tás na merda e agora quem diria
Tens alguém do teu lado
Não? Então bem me parecia
'Tou sozinho, ya buracos no caminho
Eu ando aos ziguezagues
E nada adivinho
Atalhos são apertados e as janelas têm vizinhos
[Verso 4: Tom]
Eu não preciso de um atalho para caminhar em frente
Aquilo que eu ando, é aquilo que eu valho
E nunca vai ser diferente
Eu tenho fé no meu trabalho
Aquilo que eu ganho é patente
Pa' toda esta gente saber que eu vou ficar cá para sempre
Ganda abraço ao Praso
Meu Montana, tamos juntos
Ya, Sanguibom é nois
Agora direto ao assunto
Eu era puto e já tripava com Alcool Club desde há muito
E olha onde é que a vida trouxe a um gajo
À pala do intuito
Eu corro o mundo a pensar que isto são dois hectares
Tu onde é que 'tás?
Sem um sinal para conectares?
Aqui na rua o teu futuro, a tua unha é que faz
E o que é que dás ao teu papel
Porque ele quer que pares
Não vale a pena 'tar a vir pa'qui com muita pressa, bro
Identidade é uma e não se vende, nem se empresta, no
À pala dessas merdas muita lírica não presta, bro
E música não é só flow, nah nah