[Verso 1: Charly García]
Me expulsou do seu quarto gritando gritando pra mim: "Não tens profissão"
Teve que enfrentar a minha condição, no inverno não há sol
E mesmo que digam que vai ser muito fácil, é difícil poder melhorar
Faz frio e me falta um abrigo, a fome de esperar pesa em mim

[Verso 2: García]
Quem me dará algo para fumar ou casa em que viver?
Sei que entre as ruas deve estar, mas não sei partir
E a rádio confunde a todos nós, sem dinheiro terei dificuldade
Se os lobos comem minha carne, não poderei roubar deles a metade

[Verso 3: García]
Deus é empregado em um balcão, dá para receber
Quem me dará um crédito, meu senhor? Apenas sei sorrir
E talvez eu esperei demais, queria que estivesses aqui
Fecharam a porta deste inferno, e é possível que eu queira ir

[Verso 4: García]
Consegui licor e me embebedei, no banheiro de um bar
Fui parar na rua com um pontapé, e me senti muito mal
E se bem eu nunca havia bebido, na prisão tive que acabar
A fiança foi paga por um amigo, as feridas são do oficial

[Verso 5: García]
Faz quatro anos que estou aqui, e não quero sair
Já não passo frio e sou feliz, meu quarto dá no jardim
E mesmo que às vezes me lembro dela (Desenhei sua cara na parede)
Somente morro nos domingos, nas segundas já me sinto bem