[Letra de "Vida Loka, Pt. 1"]
[Intro: Mano Brown, Negredo & Edi Rock]
– Vagabunda, queria atacar do malucão, usou meu nome. O pipoca abraçou, foi na porta da minha casa lá, botou pânico em todo mundo, três horas da tarde, eu não 'tava lá. Vai vendo
– Ah Ă©, mas aĂ, Brown, Ăł. Tem uns tipo' de mulher aĂ, truta, que nĂŁo dá nem pra comentar
– E eu nem sei quem é os maluco', isso que é foda
– Ih, vamo' atrás desses pipoca' aĂ, e já era
– Ir atrás de quem? E aonde? Sei nem quem é, mano. Mano, não devo, não temo, me dá meu copo que já era
[InterlĂşdio: Mano Brown & AbraĂŁo]
– E aĂ, bandido mau, como Ă© que Ă©, meu parceiro?
– E aĂ, AbraĂŁo. FirmĂŁo, truta?
– Firmeza total, Ăł, Brown. E a quebrada aĂ, irmĂŁo?
– 'Tá a pampa. AĂ, fiquei sabendo do seu pai, aĂ, lamentável, hein, truta? Meu sentimento me'mo, hein, mano?
– Vai vendo, Brown, meu pai morreu, nem deixaram eu ir no enterro do meu coroa, irmão
– 'Cê é louco? 'Cê 'tava onde na hora, mano?
– Eu 'tava batendo uma bola, meu. Fiquei na mó neurose, irmão
– Aà foram te avisar?
– AĂ vieram me avisar. Mas 'tá firmĂŁo, Brown, 'tá firmĂŁo. Logo mais, eu tĂ´ aĂ na quebrada com vocĂŞs, aĂ
– É quente, na rua tambĂ©m nĂŁo 'tá fácil, nĂŁo, 'morou, truta? Uns juntando inimigo, outros juntando dinheiro. Sempre tem um pra testar sua fĂ©, mas 'tá ligado, sempre tem um corre a mais pra fazer. AĂ, mano, liga, liga nĂłs aĂ, qualquer coisa, 'cĂŞ 'tá ligado, mano, Ă© lado a lado nĂłs atĂ© o fim, 'morou, irmĂŁo?
– Tô ligado
[Verso 1: Mano Brown]
Fé em Deus, que ele é justo, ei, irmão, nunca se esqueça
Na guarda, guerreiro, levanta a cabeça, truta
Onde estiver, seja lá como for
Tenha fé, porque até no lixão nasce flor
Ore por nĂłs, pastor, lembra da gente
No culto dessa noite, firmĂŁo, segue quente
Admiro os crente', dá licença aqui
MĂł função, mĂł tabela, Ă´, desculpa aĂ
Eu me sinto, às vezes, meio, pá, inseguro
Que nem um vira-lata, sem fé no futuro
Vem alguém lá, quem é quem, quem será? Meu bom
Dá meu brinquedo de furar moletom
Porque os bico' que me vĂŞ com os truta' na balada
Tenta ver, quer saber de mim, nĂŁo vĂŞ nada
Porque a confiança é uma mulher ingrata
Que te beija e te abraça, te rouba e te mata
Desacreditar? Nem pensar, sĂł naquela
Se uma mosca ameaçar me catar, piso nela
O bico deu mĂł guela, Ăł, pique bandidĂŁo
Foi em casa na missĂŁo: me trombar na Cohab
De camisa larga, vai saber, Deus que sabe
Qual é a maldade comigo, inimigo no migué
Tocou a campainha, "plim", pra tramar meu fim
Dois maluco armado, sim, um isqueiro e um estopim
Pronto pa' chamar a minha preta pra falar
Que eu comi a mina dele, ha, se ela 'tava lá
Vadia, mentirosa, nunca vi, deu mó fá'ia
EspĂrito do mal, cĂŁo de buceta e saia
Talarico nunca fui, Ă© o seguinte
Ando certo pelo certo, como dez e dez Ă© vinte
Já pensou, doido, e se eu tô com o meu filho?
No sofá, de vacilo, desarmado, era aquilo
Sem culpa e sem chance, nem pra abrir a boca
Ia nessa sem saber (Pr'ocĂŞ ver), vida louca
[InterlĂşdio: Mano Brown & AbraĂŁo]
– E aĂ, Brown, nĂłs 'tá aqui dentro, mas demorou, truta, liga nĂłs, irmĂŁo
– NĂŁo, truta, aĂ, jamais vou levar problema pro'cĂŞs. NĂłs resolve na rua, e rapidinho tambĂ©m. Mas, aĂ, nem esquenta. AĂ, e aquele jogo lá do final do ano que 'cĂŞ falou?
– EntĂŁo, truta, demorĂ´', Ăł. No final do ano nĂłs vai marcar aquele jogo lá. Vem vocĂŞ, o Blue, os cara do Racionais, tudo aĂ, 'morou, meu? Visita aqui Ă© sagrada, safado nĂŁo atravessa, nĂŁo, 'morou?
[Verso 2: Mano Brown]
Mas na rua nĂŁo Ă©, nĂŁo
Até Jack, tem quem passe um pano
Impostor, pé de breque, passa por malandro
A inveja existe, e a cada dez, cinco Ă© na maldade
A mĂŁe dos pecado' capital Ă© a vaidade
Mas se Ă© para resolver, se envolver, vai meu nome
Eu vou fazer o quĂŞ, se cadeia Ă© pra homem?
Malandrão, eu? Não, ninguém é bobo
Se quer guerra, terá, se quer paz, quero em dobro
Mas, verme Ă© verme, Ă© o que Ă©
Rastejando no chão, sempre embaixo do pé
E fala uma, duas vez', se marcar, até três
Na quarta, cheque-mate, que nem no xadrez
Eu sou guerreiro do rap, e sempre em alta voltagem
Um por um, Deus por nĂłs, tĂ´ aqui de passagem
Vida louca, eu nĂŁo tenho dom pra vĂtima
Justiça e liberdade, a causa Ă© legĂtima
Meu rap faz o cântico dos louco' e dos romântico'
Vou pôr um sorriso de criança onde for
Pros parceiro', tenho a oferecer minha presença
Talvez até confusa, mas real e intensa
Meu melhor, Marvin Gaye, sabadĂŁo na Marginal
O que será, será, é nós, vamo' até o final
Liga eu, liga nĂłs, onde preciso for
No ParaĂso ou no Dia do JuĂzo, pastor
E liga eu e os irmão', é o ponto que eu peço
Favela, FundĂŁo, imortal nos meus verso'
Vida louca
[SaĂda: Mano Brown & AbraĂŁo]
– E aĂ, Brown, e os piĂŁo, irmĂŁo?
– 'TĂ´ com os mano aĂ, eu vou... tĂ´ indo ali na Zona Leste, ali. Tipo, umas onze horas eu já tĂ´ voltando, já, 'morou, irmĂŁo?
– AĂ, Brown, se pá Ă© a contagem, 'morou, mano? AĂ, eu vou desligar, mas manda um salve pros mano' aĂ da quebrada, aĂ, 'morou? Pro Gil, 'morou, mano? Pro BatatĂŁo, pro Pacheco, pro Porquinho, pro Xandi, pro DĂ©, 'morou, meu? AĂ, e no dia do jogo, 'morou, os mano' do Exaltasamba vai vir. Manda um salve pro Binha, lá, 'morou, Brown? Fica com Deus, irmĂŁo