Jorge Luis Borges
Milonga de Manuel Flores
[Refrão]
Manuel Flores vai morrer
Isso é moeda corrente
Morrer é um costume
Que sabe ter toda a gente
[Verso 1]
Amanhã virá a bala
E com a bala o olvido
Disse o sábio Merlin
Morrer é haver nascido
[Verso 2]
Apesar disso me dói
Despedir-me da vida
Essa coisa tão de sempre
Tão doce e tão conhecida
[Verso 3]
Olho na alba minhas mãos
Olha nas mãos as veias
Com estranheza as contemplo
Como se fossem alheias
[Verso 4]
Quanto coisa em seu caminho
Esses olhos terão visto
Quem sabe o que verão
Depois que me julgue Cristo
[Refrão]
Manuel Flores vai morrer
Isso é moeda corrente
Morrer é um costume
Que sabe ter toda a gente