Lá na soleira da entrada
Repouso murchos e cansados
Os meus sapatos empoeirados, de percorrer
Calçadas frias, campos vastos
Eu salto as poças, conto os passos
Velhos sapatos que sempre uso pra te ver
Não vejo a hora no fim de tarde
De meus caminhos poder seguir
Com meus sapatos que sozinhos correm pra ti
Ao ir embora nenhum alarde
Entro descalça, carrego aqui
Os meus sapatos guardam segredos do que vivi
Pelas ladeiras a buscá-los
De testemunhas só meus calos
Que apеrtados pelos sapatos doem igual
A solidão lá de São Paulo
Imеnsidão a qual me calo
E sonho alto sem ter sapatos de cristal
Não vejo a hora no fim de tarde
De meus caminhos poder seguir
Com meus sapatos que sozinhos correm pra ti
Ao ir embora nenhum alarde
Entro descalça, carrego aqui
Os meus sapatos guardam segredos do que vivi