Emicida
CÉU

[Letra de "CÉU"]

[Refrão: Boombeat]
Sorte o céu que sempre vê o mar todas as manhãs
Sorte o céu que quando a noite cai vê a constelação (Vê a constelação)
Sorte o céu que pode apreciar tudo que o mundo dá
Mas triste céu que vê tudo acabar
(Triste o céu)

[Verso 1: Boombeat]
Como pode, né?
Mil motivos pra desistir não conseguem ser mais forte que um motivo pra continuar
E me manter de pé não é sobre ter o pé no chão
Mas sobre andar na corda bamba tendo que me equilibrar
Manter acesa a fé não é sobre ter esperança
Quem espеra, nunca alcança
Quem só espera, o vеnto guia
Mas é claro que o sol vai voltar amanhã pra me lembrar que ele ilumina
Mesmo coberto por nuvens cinzas
Eu sempre estive numa pandemia
Onde minha casa é mais seguro, mas é preciso ir pra a correria
Pra trabalhar minha alma num processo onde eu cresço na conexão
Pois sem o outro, eu não existiria
Tirar leite de pedra é como olhar pro lado
E ver o sorriso no rosto de quem disfarça a depressão
Só é forte quem precisou ser forte
Mesmo assim aplaudem minha luta
Até por isso prêmio eles me dão (Sádico)
Se fosse só por mim não faria sentido (Nem por nós)
Eu já teria ido ou nem teria vindo (Não)
Por isso que eu insisto tanto nisso
Se for para ter um fim que seja tentando
E não por eu ter desistido
[Verso 2: Cynthia Luz]
A minha sorte é que o céu escuta quando falo baixo
Minha paz é quando eu mergulho fundo
E o silêncio me impede de ser fraca
Eu só fui forte no olhar de todo mundo
O que os olhos não veem aquilo que vem do céu
Só você pode ver o que te deixa melhor
Eu quis parar, mas não deu, também pensei no pior
Eu fui maior do que eu, manipulando meu ódio
E quando a paz existir que seja perto de nós
O céu me faz ter fé em mim
Agora eu só ouço minha voz

[Refrão: Boombeat]
Sorte o céu que sempre vê o mar todas as manhãs (Todas as manhãs)
Sorte o céu que quando a noite cai vê a constelação (Vê a constelação)
Sorte o céu que pode apreciar tudo que o mundo dá
Mas triste céu que vê tudo acabar
Triste céu (Triste céu)

[Verso 3: Emicida]
Zup-zup-zup
Passou voado, dois na bota grudado
Chutado mesmo (Caralho), perto da porta, alcançaram (Coitado)
Uma pá de soco, chute, cadeirada, sangue e barro
Idade 13 anos, crime? Rebolou igual viado
Viado é uma oitava no A, 'tá condenado
Sofias, Talitas e Lauras, caso encerrado?
Menor espancado pelo pai para que não fosse
Gravou em todos nós, quem reza pelos meninos doces?
Levei Dzi Croquete, o Nyack Les Etoiles
Os dois temendo como ia soar
O outro caçoar, os cara' me zoar
Ô qualé, que pá?
Cada tom tem sua trava e desce mais uma oitava (Grave)
Quem 'tá a margem da margem some
Enquanto o mundo bosta o consome
Tudo que um homem precisa é de amor
Onde nada é mais perigoso do que amar um homem, porra
Também pelo Lafond, mas é por mim, valeu
Se o que dizem for real, o padre não vai pro céu
Regou com fel um lírio bárbaro
Lázaro nos trouxe Madame Satã, Madame Satã nos deu um Lázaro
Eu lembro de você, do Murillo, do Tchelo
Orbitando atmosfera
Às vezes feliz porque hip-hop é isso
Às vezes trancada num eu menor do que se era
E não 'tava balão na audição assim
Fui fazer o que 'cês fez por mim, gratidão
Às vezes a luta é dura, triste, confusa
Descanse em paz, Luquinhas
Fi do vovô e da Geruza
Preciso de você firmona, Linna
Liniker voando, sensível, linda
Monna Brutal, Bixarte, Majur
Ainda tem você, Boombeat
Seja bem-vinda, voa
[Refrão: Boombeat & Cynthia Luz]
Sorte o céu que sempre vê o mar todas as manhãs
Sorte o céu que quando a noite cai vê a constelação
Sorte o céu que pode apreciar tudo que o mundo dá
Mas triste céu que vê tudo acabar
Triste céu

[Saída: Emicida, Boombeat]
2024 pra vida
Boombeat, Cynthia Luz (Triste céu)
Emicida, ahn
O rap ainda é dedo na ferida (Triste céu)
Diversão, mas também ferramenta pra nossa emancipação
Boombeat, 'tamo junto