Uno Consultório
Corridas contra ti mesmo
[Verso 1: João Pestana]
'Tou me a cansar pra quê
'Tou me a cansar pra quê
'Tou me a cansar pra quê
Numa corrida que ninguém vê
Dentro desta pequena arena em que somos reis e senhores
Sem favores partimos na busca da palete da ausência de cores Sempre foi assim semelhantes a correr pro infinito
O destino é a viagem e tenho dito
Correr em direções opostas a ver quem chega o primeiro
Segues de costas batеs em ti
Mesmo depois dе passares o mundo inteiro
Sou o país sem governo
Doutrina sem definição paradoxo sem questão
Político nasce sem terno cresce no partido
Que é a alusão a ilusão, tanto tempo voluntário
A sonhar com a remuneração
Para que me canse dela e me remeta a abstenção

É a corrida, vais saltas cais levantas e procuras a saída
O suave desgastar é só batida
E o que tá em baixo é comida
O rei da selva é homicida, é a vida
Não era bom descansar a perna sem a passar por cima

[Verso 2: Uno]
Nunca ouvi o disparo da partida
Na meta não há fita
Pelo menos ninguém que me a diga já
Ainda falta tudo para lá chegar, é o que interessa
E em qualquer corrida o que importa é teres pernas
Vais pensar em mais o quê?
Se calhar mais vale silêncio
Estamos sempre a querer mais
Como viste até eu fujo do meu sossego
A grande corrida contra ti é estares quieto
Sem correr, sem morrer
Porque é que pensas que eu estou a falar?
Tanto faz, de corridas reais ou de produtividade
Sê humilde, é isso que eu tenho sido
Ouve isto até ao fim, eu digo-te como tem corrido
[Outro]
Tu não me vês mas lês-me, tu és tudo e tudo é o mesmo
Tu não me vês mas lês-me, tu és tudo e tudo é o mesmo
Tu não me vês mas lês-me, tu és tudo e tudo é o mesmo
Tu não me vês mas lês-me, tu és tudo e tudo é o mesmo
Tu não me vês mas lês-me, tu és tudo e tudo é o mesmo
Tu não me vês mas lês-me, tu és tudo e tudo é o mesmo