Uno Consultório
Baixo
[Verso 1: João Pestana]
Vivo pelo baixo
É
Na nota e vibracao e no fundo que me encaixo
Toca mais um grave quando a vida tá aguda
Mete os phones , fecha o mundo e vais ver que tudo muda
Bomba na coluna
Até sentes arrepios na nuca
Pesa o reverb a fazer cócegas na espinha
Curou-me a escoliose pestana não definha
Sigo de peito largo da cozinha para o mundo
E do mundo para a cozinha
A fazer banquetes para a malta que gosta de partilhar a linha
E esta é de baixo imagina
Se não fosse este grave o que era das nossas vidas
Perdidos numa pauta sem orientação saída
Nem alguém atrás de nós que assegure que a falta não é sentida

[Verso 2: Uno]
Honesto como a classe que tapa a cara
Quatro cordas ao pescoço a viver no inefável
Lá está ele, presta serviço aos amigos
Mas raramente manda um solo porque nunca esteve sozinho
Amplio a situação mais grave
Ponho-me a gritar por cima com raiva, depois calmo
A linha oscila sem parar como a do baixo
Cama para sons acasalarem e dar o filho lindo
Bem constituído, podemos fazê-lo aqui
Estiveste sempre no auge da casa e não serás lembrado
Nem sabem que vão sentir muito a tua falta quando desafinares
Sou eu que decido quando deve mudar
Mas no fundo é pai porque eu renasço cada vez que é tocado
[Verso 3: Puto P]
Já não ligam, sinto muito
Ainda não ficam, é fumo a fumo
Sombras pisamos todos
No fim do dia o que importa é para onde foste
Quem te vir a acordar por lá
Que saiba o mundo todas as tuas noites
Na escalada da montanha
Ninguém vê estados espíritos na escada
À noite os lobos comem
Nunca estragues nada pela loucura
Põe-te à postura, mais uma
Largada na fugida
Continua