[Verso 1]
Ando a pisar muitos seres vivos a ferro com um pé
Quem me apoia põe-me a trabalhar
Só para ganhar vergonha do trabalho
Que fiz na noite de ontem
Perdi o motivo da revolução
Consigo disfarçar porque nasci resmungão
A vida é assim, avisaram-me de que era uma fase
Mas sempre pensei que se soubesse podia controlar
Enquanto tu falas sobre um tema do caralho
Notas que estou especado sem debater ou concordar
Pode ser mesmo porque não percebo
Ou porque pensei muitas vezes
Desde a última não houveram novidades
O progresso é lento e eu estou-me a divertir
O mundo é pequeno demais para vê-lo evoluído
Agora existe! Revolta-te ou fica só fodido
Morre feliz agora e deixa a vida para o fim
O homem não é de ferro mas às vezes parece com os danos que consegue causar só com os sentidos
Então passo a passo, torna-se mais grave
A pesquisa torna-te culpado à medida que sabes
"Não é fácil viver entre os insanos
Erra, quem presumir que sabe tudo
Se o atalho não soube dos seus danos"
[Verso 2]
E eu nunca soube de nada (eu nunca soube)
Nunca me contaram
E eu também não oiço os conselhos de boca em boca
Mas reconheço-os todos
A fé continua, a reza acabou
Sou uma cabeça dura numa nuvem quase a mandar chuva
Quantos danos consigo causar?
Agora ou ando ou só pisado
Agora eu só ajudo toda a gente que fica em baixo
Quando eu bato fundo
Nestas amizades nunca dá para dizer tudo
"O prudente varão há de ser mudo
Que é melhor neste mundo em mar de enganos
Ser louco cos demais, que ser sisudo."