[Letra de "Lagosta"]
[Verso 1: Tilt, Jota, L-ALI]
Pelo o que consta esta lagosta regenera toda a crosta
Esmaga a pérola da ostra
Parte a perna, pinça do género, merda é mosca
Poucas palavras, menos gestos
Caminhar sobre germes a pisar dejetos
A adubar o meu trajeto com merda d'alfa intelecto
A desmistificar as fábulas com o alfabeto
Não há causas naturais que travem tal fé
Quando a ambição assume a forma de manifesto
O crânio ferve. Grande inferno onde eu vivo
E estas algemas para mim nem sequer são incentivo
[?] é ser livre, vai pela sombra filho
Merda como tu derrete quando se chega ao pé do brilho
Olha a merda em que vive
Esta maré em que via nem parece vinho
Estariam crustáceos a léguas do poder da minha moca
Se me encostasse a estas anémonas
Sinto que meto ácido há décadas
Não sei de que me serve mas vou com a corrente
Ecossistema na cadeia alimentar eu vou comendo
É o que rende e de repente:
Tudo depende, pela esquerda, pela direita
Vi o vermelho ou vi o verde
Sentes a força da gravidade então não aprecio o verde
A flutuar com um filtro no ventre
A fumar contra o frio e vento, deterioramento
A degradar-me gradualmente
A tentar convencer-te que não são as coroas que te matam sede quando rei nunca vais sê-lo
Tragam mais selos p'a minha caixa de correio
Serra-me a cabeça, usa o topo como cinzeiro
Boy pelo que consta são lagosta a tempo inteiro
É a vida de aquário, pinças com elástico
Sou aquele otário com o meu nome no cardápio
O meu recreio nunca foi no pátio
Nunca foi no prático
É a causa, [nem ouves à flor da casca?]
Debaixo do navio a seguir o flow do casco
Não me dei à calma não me dei à palma
Já que não posso beliscar deixem-me dar uso à cauda
Para acordar e baldar-me aos sonhos por justa causa
Caminho pelas brasas e vou assim até casa
De longe a minha cara deve ter graça
(Ha ha ha, deve ter graça
Ah Lagosta)
[Outro: L-ALI, Jota]
É isso, pah nem me lembro das dicas...
Mano...